Igreja Pastoral

Legalizar a prostituição transforma os traficantes em «empresários»

18/11/2017
Por diocesedeviseu
Legalizar a prostituição transforma os traficantes em «empresários»

Associação O Ninho, fundada por Inês Fontinha para apoiar mulheres que são prostituídas, está a assinalar 50 anos. A fundadora da Associação O Ninho, que está a celebrar 50 anos de apoio a mulheres que são prostituídas, disse que combater o tráfico humano e legalizar a prostituição “é uma contradição” e transforma os traficantes em “empresários”. “Ao legalizar a prostituição estão a legalizar-se as mafias organizadas que traficam as mulheres e as meninas”, disse hoje Inês Fontinha à Agência ECCLESIA durante o colóquio que assinalou os 50 anos da Associação O Ninho. Para a fundadora de O Ninho, a possível legalização da prostituição significaria “dar oportunidades aos traficantes de serem empresários e de traficarem e o tráfico deixar de existir”. O debate sobre a legalização da prostituição é periodicamente lembrado pela juventude do Partido Socialista, que considera via uma forma de “dar dignidade às mulheres e defender os direitos humanos”. “Isso para mim é muito chocante”, disse Inês Fontinha, acrescentando que revela “uma grande doze de ignorância”. “Vindo de jovens, terá a ver com o desconhecimento, com a não reflexão”, sublinhou. Para Inês Fontinha, “a democracia não se compadece com incorreções tão graves à dignidade humana, com uma injustiça profunda em relação às mulheres”. “A prostituição é a maior violência exercida sobre seres humanos”, disse Inês Fontinha, desafiando as instituições da Igreja Católica a manifestarem o seu compromisso “com dignidade humana nesta situação concreta das mulheres que são prostituídas”. A Associação O Ninho assinalou hoje 50 anos de existência com um seminário sobre o tema “Mundos e Mundos”, que decorreu Fórum Lisboa, onde foi homenageada a fundadora, Inês Fontinha. Ao intervir na sessão de abertura, o cardeal-patriarca de Lisboa, referiu-se à prostituição como um “problema global” que exige também uma resposta global”. D. Manuel Clemente disse que O Ninho deu uma “resposta consistente” ao problema da prostituição durante os últimos 50 anos e é “uma instituição cheia de futuro”. Para o cardeal-patriarca de Lisboa, “se acabasse neste mundo o comércio de armas, o tráfico de droga e o tráfico de seres humanos, em grandíssima parte para a prostituição, o mundo daria um salto qualitativo imenso”. “São redes fortíssimas e com uma influência negativa na sociedade humana muito considerável, demasiadamente considerável”, sublinhou. O Ninho é uma Instituição Particular de Solidariedade Social católica que tem por objetivo a promoção humana e social de mulheres vítimas da prostituição. A Associação O Ninho recebeu o Prémio Direitos Humanos em 2003. G.I./Ecclesia:PR