Igreja Pastoral

Eutanásia: Legalização pode reintroduzir a pena de morte – Padre Vasco Pinto de Magalhães

28/05/2018
Por diocesedeviseu
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Jesuíta defende que «o mal do mundo não é morrer, é matar». O padre Vasco Pinto de Magalhães, da direção do Centro de Estudos de Bioética, afirmou que a legalização da eutanásia pode levar a reintroduzir a pena de morte. “A eutanásia é terrível porque, se se legaliza, qualquer preso amanhã pode dizer ‘prefiro que me eutanasiem’”, afirmou o sacerdote jesuíta no programa Ecclesia, emitido hoje na RTP2. Para o padre Vasco Pinto de Magalhães, é necessário mudar o “quadro mental” da sociedade, baseado no que é pragmático. “É um quadro mental muito pobre, muito pouco humano, que não suporta muitas vezes a deficiência e é perigosíssimo”, afirmou. Para o sacerdote, o quadro mental do verdadeiro valor da vida é o que vem “das relações humanas e do amor”. “Sem amor a vida perde dignidade porque deixamos de ser pessoas e somos uma coleção de indivíduos a eliminar a pouco e pouco, que valem enquanto produzem, enquanto têm aparência saudável e não incomodam. Mas incomodam quem? Quem tem o poder e a ‘faca e o queijo’ na mão atreve-se a eliminar gente ou que não pensa como eu ou porque é um peso. Então estamos a abrir outra vez à pena de morte”, acrescentou Para o padre Vasco Pinto de Magalhães é preciso “oferecer às pessoas alternativas de viver” e os “desejos de morte” acontecem porque a “pessoa já se sente morta”, “perdeu o sentido da vida”, “a vontade de relação”. “A morte não é alternativa para nada”, refere, acrescentando que “matar outra pessoa é perder-lhe o respeito” e “deixar morrer é normal”. O padre Vasco Pinto de Magalhães considera que não existe liberdade quando se possa pedir a morte, uma vez que todas as decisões têm “muitos condicionalismos” e um ato livre pressupõe “o melhor” para o próprio e para a sociedade. “Se se cria um ambiente ‘eutanasista’, ficamos ainda mais condicionados”, sustenta. O tema da morte e do fim da vida são analisados pelo Vasco Pinto de Magalhães no livro “Ressurreição e fim dos tempos” (Edições Tenacitas), onde afirma que é necessário “matar a mentira, a dependência e a idolatria” e que “a morte não mata, mas gera vida”. “O grande problema não é morrer, é matar. A morte não mata, transforma”, sublinha. Para o padre Vasco Pinto de Magalhães, o “grande problema é matar”, porque “há palavras que matam, há palavras que excluem, há gestos que eliminam”. “O mal do mundo não é morrer, é matar”, conclui o sacerdote jesuíta. G.I./Ecclesia:PR