Igreja Pastoral

Eutanásia: Parlamento rejeita projetos sobre despenalização

29/05/2018
Por diocesedeviseu
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Centenas de pessoas manifestaram-se junto à Assembleia da República. O Parlamento português rejeitou hoje os quatro projetos de lei que propunham a despenalização da eutanásia, apresentados pelo PS, BE, PAN e PEV. Os 229 deputados presentes no hemiciclo “chumbaram” o projeto do Partido Socialista por 115 votos contra, 110 a favor e 4 abstenções; nos outros projetos, a diferença de votos foi maior. O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, defendeu durante o debate prévio que a decisão sobre a despenalização da eutanásia deveria ser remetida para depois das próximas eleições legislativas, alegando “falta de legitimidade”, dado que apenas o PAN tinha esta matéria no seu programa eleitoral. Já o CDS-PP considerou que a despenalização da eutanásia não dá autonomia às pessoas, falando num caminho “perigoso”. “Não é a autonomia das pessoas doentes que se reforça, é o poder de terceiros sobre a vida de outrem que aumenta, facto inegavelmente perigoso”, afirmou a deputada Isabel Galriça Neto. O PCP, que anunciara o seu voto contra, falou num retrocesso civilizacional. “A dignidade da vida não se assegura com a consagração legal do direito à antecipação da morte”, assinalou António Filipe. O Bloco de Esquerda (BE) falou numa “escolha sobre a liberdade”; a deputada socialista Maria Antónia Almeida Santos sustentou, por sua vez, que a proposta do PS conseguia responder às “reservas legítimas” quanto ao respeito da vontade do doente. Antes do debate, centenas de pessoas manifestaram-se junto à Assembleia da República contra a legalização da eutanásia. A iniciativa foi promovida, a partir das 13h30 pela Federação Portuguesa pela Vida, através da campanha ‘Toda a Vida tem Dignidade’, com uma manifestação a favor da vida e contra a eutanásia. A Assembleia da República discutiu e votou, deputado a deputado, quatro projetos de lei sobre a despenalização da Eutanásia, contestada pela Igreja Católica, várias comunidades religiosas e movimentos cívicos que multiplicaram as ações de sensibilização nos últimos meses. G.I./Ecclesia:OC