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“Jovens: desafio-vos a conhecerdes São Teotónio. Também foi um jovem e um aventureiro como vós. Inspirai-vos nele”, - desafio de D. António Luciano na homilia da Solenidade de São Teotónio

20/02/2019
Por diocesedeviseu
“Jovens: desafio-vos a conhecerdes São Teotónio. Também foi um jovem e um aventureiro como vós. Inspirai-vos nele”, - desafio de D. António Luciano na homilia da Solenidade de São Teotónio

“Ao celebrarmos a Solenidade em honra de São Teotónio, padroeiro da nossa Diocese, a Palavra de Deus que escutámos recorda-nos que Ele quer servir-se de cada um de nós para realizar a sua obra de salvação”.

Foi com esta afirmação que D. António Luciano iniciou a sua homilia da Solenidade de S. Teotónio, Padroeiro da Diocese, na Sé, ao final da tarde de segunda-feira.

“São Teotónio, refletindo nos mistérios de Deus com humildade, simplicidade e sabedoria, valorizou a expressão do salmista: “não aspiro coisas superiores a mim”. Hoje estamos aqui a proclamar a sua santidade, a sua sabedoria, os feitos dos homens ilustres, a celebrar os louvores de Deus. Irmãos e irmãs como dizia o Evangelho de São Mateus, só Deus é o verdadeiro e o único Pai do Céu, que cuida de cada um de nós. “Não vos deixeis tratar por Mestres, porque um só é o vosso ‘Mestre’ e vós sois todos irmãos”(…) “um só é o vosso pai, o Pai Celeste”.

São Teotónio soube bem mostrar com a sua vida o que significa ser filho de Deus: “quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Cf. Mt 23, 8-12).”, recordou D. António Luciano, acrescentando que “Deus deu a São Teotónio a inteligência para saber acolher a verdadeira sabedoria de Deus e rejeitar a sabedoria do mundo”.

“É assim que eu vislumbro a pessoa, a vida, o sacerdócio e o ministério de São Teotónio. O grande Prior da Sé de Viseu, o nosso Santo padroeiro e protetor. Um buscador de Deus, um andarilho de Deus, um peregrino apaixonado por Deus, alguém que esteve atento ao chamamento de Deus, mas também às mediações da Igreja”, confessou o nosso Bispo, recordando que “nasceu no ano de 1082, no século XI em Ganfei, concelho de Valença, junto da vizinha Espanha, filho de Ovaco e Eugénia, pessoas boas e honestas, nasceu no seio de uma família cristã, que o adornou de virtudes e bons exemplos. Eis aquilo que nos faz falta nos dias de hoje, famílias boas com valores humanos, morais e cristãos. Teve uma juventude alegre, feliz e exemplar, um modelo de vida para ser imitado pelos nossos jovens  de hoje.

Jovens: desafio-vos a conhecerdes São Teotónio. Também foi um jovem e um aventureiro como vós. Inspirai-vos nele”, apelou.

“Como sacerdote no ano de 1110, quando tinha cerca de trinta anos, o Bispo de Coimbra D. Gonçalo, confiou-lhe o cargo de Prior da Sé de Viseu, onde desenvolveu uma vida pessoal de santidade notável e uma experiência pastoral de caridade tão benéfica, de que a Igreja de Viseu, hoje tanto se orgulha”, recordou à assembleia reunida para celebrar S. Teotónio, que D. António Luciano apresentou como “pastor bom, zeloso e insigne distinguindo-se pela sua bondade, humildade, mansidão, inteligência, grande atividade pastoral, estudioso da palavra de Deus que pregava “oportuna e inoportunamente”, mestre de oração para o seu povo, pois a todos estimava e dava bom exemplo. Cultivou a proximidade e a empatia com todos, distinguindo-se pela sua ação junto dos pobres e dos doentes. Viveu, então nesta cidade dias felizes de paz e tranquilidade”.

D. António recordou que “depois de duas peregrinações à Terra Santa, regressou a Viseu despedindo-se das suas gentes no ano de 1131, voltando para Coimbra para a construção do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, que fundou com onze companheiros e do qual foi o primeiro Prior, seguindo a Regra de Santo Agostinho e onde faleceu em 1162.

O nosso Bispo lembrou que “todos na Igreja somos chamados à santidade, os pastores e os fiéis. São Teotónio aponta-nos este caminho de santidade que apesar das vicissitudes da vida, nos ensina que este é um caminho possível para todos” , acrescentando que “somos chamados a viver a contemplação mesmo no meio da ação, e santificamo-nos no exercício responsável e generoso da nossa missão” ( Francisco, GE nº 26) e que “a santidade não te torna menos humano, porque é o encontro da tua fragilidade com a força da graça. No fundo como dizia León Bloy, na vida “existe apenas uma tristeza: a de não ser santo” ( Francisco, GE nº 34).

Lembrou ainda que “uma Igreja diocesana que quer imitar o exemplo de fé, os ensinamentos e o testemunho inigualável de São Teotónio deve olhar para ele como alguém que progrediu no caminho da santidade, desafiando cada um de nós no amor ao estudo da Sagrada Escritura. Para ele servir a Deus era servir os pobres, e servir os pobres era fazer a vontade de Deus. O serviço à causa do anúncio do Evangelho completava-se no cuidado pelos pobres e pelos mais necessitados”.

Pedindo a protecção de São Teotónio para “todos os fiéis, Bispos, sacerdotes, religiosos, consagrados e leigos, todos os que estão investidos em autoridade na Diocese”, D. Antóni recordou que “Ele convida-nos a termos a coragem de deixar a mediocridade, a superficialidade e o individualismo da nossa vida para nos entregarmos à causa de Deus com alegria”.

Dirigindo-se aos Diáconos Permanentes e aos futuros Diáconos” a quem dou uma palavra de estima e estímulo no exercício do seu ministério”, recebeu a renovação das promessas que os diáconos permanentes fizeram no dia da sua Ordenação Diaconal, desejando-lhes “as maiores graças de Deus e o dom da fidelidade à sua vocação” e convidando-os “a continuarem disponíveis  para servir a Igreja de Cristo como fez São Teotónio, quer seja no anúncio da Palavra, no serviço do altar, ou no cuidado dos pobres e dos doentes”.

D. António Luciano terminou a sua homilia, dirigindo-se às esposas dos diáconos permanentes: “agradeço a Deus o dom das vossas esposas aqui presentes e dos vossos familiares” e convidou “todo o povo de Deus, Bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, religiosas e leigos a pedirmos a Deus o dom de boas famílias e muitas vocações sacerdotais, diaconais, à vida consagrada e laicais para uma verdadeira renovação da nossa Diocese. Amem!”

G.I./J.B.:PBA