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«Não se ajuda o pobre à distância; precisamos tocar as chagas» – Papa Francisco

30/11/2019
Por diocesedeviseu
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Na visita à instituição de ação social da diocese de Roma, Francisco falou de uma «identidade itinerante» com Jesus. O Papa Francisco disse ontem que não se pode ajudar quem é pobre à distância e que é necessário a aproximação, “tocar as chagas”, de forma a reconhecer a vulnerabilidade também de quem ajuda. “Não se pode ajudar, aproximarmo-nos do pobre, à distância. É preciso tocar, tocar as chagas. Quando se tocam as chagas, percebemos as nossas. É essa a graça dos pobres, a graça da vulnerabilidade. Saber que nós também somos vulneráveis”, afirmou o Papa esta tarde durante uma visita à «Cidade da Caridade», por ocasião dos 40 anos da Cáritas diocesana de Roma. Para Francisco, trabalhar na Cáritas significa reconhecer a palavra «vulnerabilidade» “na carne e no coração”. “Ajudar bem só se faz a partir da própria vulnerabilidade, no encontro de diferentes debilidades e feridas, mas todos somos débeis”, reconheceu, indicando “Deus se fez vulnerável” para cada pessoa. “Temos a mesma carteira de identidade: vulneráveis, amados e salvados por Jesus”, indicou. O Papa Francisco afirmou que a salvação “não chega por decreto”, mas acontece quando se caminha com Deus”, no que chamou de “intimidade itinerante”. “Isso significa que nós desejamos a salvação, que precisamos de alguém que nos dê uma palavra, precisamos de uma intimidade itinerante com Jesus”, afirmou. Questionado pelo diretor da Cáritas diocesana de Roma, o padre Benoni Ambarus, sobre o mais importante no trabalho da Cáritas nos próximos anos, Francisco falou na “loucura do amor”. “Em vez de ir à missa, de estarem tranquilos, sejam loucos. Este é o programa. Sejam loucos. Loucura do amor, de ajudar, loucura de conviver na vulnerabilidade dos vulneráveis”, afirmou. Francisco lembrou ainda que o Evangelho anuncia um testemunho, “não com argumentos ou proselitismo, mas com um testemunho. Jesus deixou um exemplo, um testemunho”. O Papa Francisco ouviu o testemunho de Alesso, um homem que afirmou que a Cáritas lhe salvou o corpo e o espírito: “Fez-me experimentar Jesus, não como um discurso teórico mas na prática”. Também Ornella, uma voluntária da Cáritas a trabalhar com imigrantes, deu conta de uma “imigração pouco e mal contado na comunicação social” e agradeceu a possibilidade de fazer o trabalho que mudou a sua vida. G.I./Ecclesia:LS