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Viseu
Mensagem do Bispo para a Quaresma: Peregrinos na esperança a caminhar para a Páscoa
12/02/2024
Por Liliana GI
Caríssimos cristãos e pessoas de boa vontade, saúdo-vos a todos na fé, esperança e caridade.
A Quaresma é o tempo santo e favorável da salvação vivido ao longo de quarenta dias, através do deserto interior, no seguimento de Jesus. Somos chamados a caminhar com Ele, para participarmos com alegria na vida da Nova Aliança. Em caminho sinodal, vivamos juntos o apelo à conversão, à renovação interior, à penitência, à oração, à escuta da Palavra de Deus e à partilha fraterna do pão com os mais necessitados.
A peregrinação do povo de Israel no deserto ilumina a vida da Igreja e propõe aos fiéis um estilo de vida nova experimentada na “comunhão, participação e missão”, cuja fonte brota do mistério pascal de Cristo.
O encontro com Cristo, morto e ressuscitado, desafia-nos a todos os batizados a vivermos na liberdade e na responsabilidade de sermos filhos de Deus. A vida nova no Espírito Santo compromete-nos a viver a vocação à santidade na Igreja com esperança.
“A Quaresma é o tempo de graça em que o deserto volta a ser – como anuncia o profeta Oseias – o lugar do primeiro amor (cf. Os 2, 16-17). Deus educa o seu povo, para que saia das suas escravidões e experimente a passagem da morte à vida. Como um esposo, atrai-nos novamente a Si e sussurra ao nosso coração palavras de amor” (Mensagem do Papa Francisco, Quaresma 2024). A travessia do deserto é sempre uma experiência amorosa com Deus rico em misericórdia.
Para iniciar um caminho novo de libertação interior, é preciso aceitar o desafio da mudança de rumo na nossa vida. Precisamos de abandonar a planície da mediocridade, espaço de prisão, onde abundam os ídolos, os vícios, o pecado, a desordem moral, o dinheiro, o álcool, a droga, o jogo, a criminalidade, o medo, a angústia, a solidão, o ciúme, a inveja, o orgulho, a vaidade, a ganância, a corrupção, o lucro desonesto, a exploração, a fraude, a indiferença, o ateísmo, os desregramentos pessoais e sociais, que provocam injustiças e violências graves, causando feridas difíceis de curar no ser humano e no tecido da sociedade atual.
No meio das tribulações e desolações que afetam o nosso mundo, perante a “indiferença da globalização”, peçamos a Jesus nesta Quaresma que nos aponte caminhos da verdadeira libertação e cura interior, para sermos artífices da esperança, promotores de uma verdadeira ecologia sustentável, promotora da dignidade das pessoas e da defesa do meio ambiente.
O Papa Francisco pede-nos para derrubar os muros e obstáculos que nos impedem de sonhar e dar “um grito mudo que chega ao céu e comove o coração de Deus. Assemelha-se àquela nostalgia da escravidão que paralisa Israel no deserto, impedindo de avançar. O êxodo pode ser interrompido na escuridão das desigualdades e conflitos” (Mensagem para a Quaresma, 2024).
Deus escuta as nossas orações e dá-nos um coração cheio de generosidade
Em ano dedicado à Oração e em que celebramos o Congresso Eucarístico Nacional e Internacional, pedimos na oração a Deus, que venha em nosso auxílio e nos ensine a contemplar Jesus na Eucaristia, o bom Samaritano, que a cura as feridas de uma sociedade vulnerável e doente.
Com a finalidade de pôr em prática a fraternidade e a solidariedade evangélica, a Renúncia Quaresmal da Diocese de Viseu tem o seguinte destino, em partes iguais:
- Ajudar na construção da Igreja da Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus em Ile, Diocese de Gurúè, na Província da Zambézia, em Moçambique, onde trabalham as Irmãs de Jesus, Maria e José, fundadas pela Beata Rita Amada de Jesus.
- Ajudar na construção do “Projeto de Desenvolvimento Integral de Lembá”, na cidade das Neves, em São Tomé e Príncipe e dinamizado pelas Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.
- Ajudar as Irmãs Trapistas do Mosteiro de Santa Maria, Mãe da Igreja em Palaçoulo, Diocese de Bragança-Miranda na reconstrução da Hospedaria destruída pelo incêndio recente. Em resposta ao apelo do Bispo D. Nuno de Almeida, vamos ajudar as necessidades das Irmãs Trapistas.
- Ajudar a dar mais consistência ao “Fundo de Emergência da Diocese de Viseu”, destinado a ajudar pessoas e instituições. Sejamos generosos nas ofertas e ajudemos os mais necessitados.